Deixai crescer ambos juntos



15 agosto, 2014


O mal está aí, diante dos nossos olhos, em toda a parte. Exposto pra quem quiser ver. Estampam-nos aos olhos as cruéis cenas de guerras, mortes…  Tudo pelo “ter”, pelo “poder” e pelo “prazer”; corrupção em todos os setores da sociedade; abandono e morte de crianças já nascidas e crianças mortas antes mesmo de nascer. Famílias destruídas, desvios da moral, perseguição e morte de cristãos, enfim, distanciamento de Deus…

Por outro lado, também, não podemos deixar de falar do bem. Muitos ainda se doam, doam suas vidas a favor do bem, são honestos, trabalhadores, defensores da vida e da lei moral cristã. Muitos se consagram totalmente a Deus, na evangelização e na caridade aos irmãos.

Olhando para o mal, refletimos: até quando isso vai ficar assim? Por que Deus não intervém poderosamente e acaba com ele?

Levando em conta isso, no “Angelus” de 20 de julho último, o Papa Francisco fez uma breve reflexão da parábola do trigo e do joio, que condiz justamente com o mal no mundo. Francisco cita a evidente paciência de Deus nesta parábola. A narrativa nos conta que um homem lança a semente num campo, e à noite, o inimigo semeia o joio. A palavra “joio” é de origem hebraica e tem a mesma raiz que a palavra “Satanás”, que é aquele que divide. O diabo é aquele que semeia o joio, aquele que divide as pessoas, as nações. Os empregados sugerem ao patrão que o joio fosse arrancado, mas o senhor impede, devido ao risco de, ao arrancar o joio, o trigo também fosse arrancado, pois quando crescem, um e outro se assemelham.

Segundo Francisco, a parábola nos ensina duas coisas. O primeiro ensinamento é que o mal que há no mundo não deriva de Deus, mas do inimigo de Deus, ou seja, do demônio: “É curioso, o Maligno sai à noite para semear o joio, na escuridão, na confusão; sai para semear o joio onde não há luz. Este inimigo é astuto: semeou o mal no meio do bem, de tal forma que para nós, homens, é impossível separá-lo claramente; mas no final Deus conseguirá fazê-lo!”

A segunda reflexão consiste na falta de paciência dos empregados, ou seja, daqueles que trabalham para o reino de Deus, e na paciência do patrão, que seria Deus. Nós temos pressa de julgar e separar os bons dos maus, mas Deus “olha para o ‘campo’ da vida de cada pessoa com paciência e misericórdia: vê muito melhor do que nós a sujeira e o mal, mas vê também os germes do bem e espera com confiança que eles amadureçam. Deus é paciente, sabe esperar. Como isto é bom! O nosso Deus é um Pai paciente que nos espera sempre, que nos aguarda com o coração na mão para nos receber e perdoar. Perdoa-nos sempre se formos ter com Ele.”

O mal não é o começo, nem o fim. A esperança de Deus é que o joio, ou seja, aqueles que estão a favor do mal, possam tornar-se boas sementes. Segundo Francisco, essa ”paciência evangélica não é indiferença diante do mal; não se pode fazer confusão entre o bem e o mal! Perante o joio presente no mundo, o discípulo do Senhor é chamado a imitar a paciência de Deus, a alimentar a esperança com o alento de uma confiança inabalável na vitória final do bem, ou seja, de Deus.”

No fim, no juízo final, o joio – o mal – será arrancado e queimado. Jesus será o juiz e todos nós seremos julgados, na medida em que julgamos. ”A misericórdia que tivermos usado em relação aos outros será utilizada também para conosco”, finalizou Francisco.

Adilson José Angolini – Oblato Corpus Christi



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1 Comentario para: " Deixai crescer ambos juntos "

  1. Afonso disse:

    Parabéns Adilsão !! Tenho prazer de trabalhar ao seu lado… Aprendo mais a cada dia que passa.

    Grande Abraço !!

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